Campinas, capital do Maranhão!

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A execução de 12 jovens (as vítimas tinham idade entre 17 e 30 anos) na cidade de Campinas, na madrugada de segunda pra domingo (12 e 13 de janeiro), colocou, novamente, as forças políticas e militares do estado de São Paulo sob suspeita.
A própria ouvidoria da Polícia manifestou preocupação e coletou falas que indicavam a participação de policiais militares na grotesca carnificina, chamada eufemisticamente de chacina.
As famílias têm o direito, sob a pena de se degenerar o perfil do Estado brasileiro, como democrático e de direitos, de ter os responsáveis de todos os níveis (tanto os executores quanto aqueles a que estes estão subordinados) pela morte de seus entes, devidamente identificados e sentenciados.
Infelizmente, tem sido recorrente suspeitas de envolvimentos de agentes de Estado em mortes de inocentes, tendo como cenário as periferias das cidades, seja nas capitais ou no interior.
É preciso dar basta neste estado de coisas. Toda a sociedade tem sido confrontada, diuturnamente, com a banalização da violência, em especial com relação àquelas que vitimam fatalmente a juventude brasileira.
As políticas públicas dirigidas aos jovens, na garantia de lazer, trabalho, cultura, saúde, moradia, participação política, educação, comunicação, entre outras, devem ser pensadas de forma articulada e intersetorialmente, pois esse segmento tem características muito específicas e demanda ações para ontem.
Paralelo a isso, as medidas restritivas de liberdade não podem ser o único instrumento de “promoção da justiça”, uma vez que o aumento do encarceramento só tem fortalecido a lógica militarista de convivência social (vide a repressão aos “rolezinhos”).
É preciso discutir, conscientemente, a desmilitarização da Polícia. Esse tema se coloca como atual e oportuno nesse contexto, assim como medidas que assegurem maior controle social e transparência das forças de segurança.
Igualmente, se faz necessário forte pressão dos vários atores sociais frente às figuras do poder público, os tensionando a assumir responsabilidades diante das ocorrências de violência no Estado e no país e, assim moverem-se na condução de ações que venham a reconstruir os tecidos sociais degenerados e vilipendiados pela sua ineficiência e negligência.
 
Wilson Roberto Batista
Assessor em Educação da Pastoral Carcerária do Estado de São Paulo, mestre em educação e professor da educação básica e superior.

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