Pastoral Carcerária evangeliza detentas em Feira de Santana através da pintura

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Desde 2011, a Pastoral Carcerária de Feira de Santana desenvolve um curso de pintura com técnica evangelizadora, destinado a detentas no Conjunto Penal. O objetivo é proporcionar dignidade a essas mulheres e desenvolver o respeito ao próximo, a partir da reflexão de textos bíblicos que são discutidos durante as aulas.
SAMSUNG DIGITAL CAMERAAutora da iniciativa, a artesã Maria Meire Ribeiro, afirma que tentou fazer o trabalho de evangelização no presídio apenas com o uso da Bíblia, mas não teve sucesso, porque as detentas ficavam dispersas. “Aí tive que pensar em algo para atraí-las, criei um esquema de aula ‘Deus em Ação’ e consegui conquistá-las. A cada pintura, consigo trabalhar um texto bíblico em cima das atitudes delas”, explica.
O curso é composto por 10 aulas, nas manhãs de sábado e a turma deveria ser formada por apenas 12 alunas, mas, devido ao envolvimento e a vontade que elas têm de continuar, o número é sempre superior. Conforme a professora, algumas turmas chegam a ter o dobro de participantes. As pinturas são feitas principalmente em panos de pratos, vendidos por familiares das detentas e também pela professora, e o dinheiro é revertido na compra de novos materiais.
Para a detenta Luciene Silva, 38 anos, as aulas ajudam “a tirar coisas ruins da mente”. Já Tatiane Alves, 20 anos, afirma que o curso é uma oportunidade que ela não esperava encontrar no Conjunto Penal. “Com a ajuda do presídio e principalmente da pró (sic) a gente está se regenerando”, acrescentou Mirian Santos, 20 anos.
SAMSUNG DIGITAL CAMERAA satisfação das detentas serve de ânimo para a professora Meira. “Só tenho a agradecer a Deus, porque é uma iniciativa que deu certo. Muitas esperavam que se ganhasse dinheiro com isso e eu mostrei que não é preciso só dinheiro para ser feliz. O que eu espero é que elas ganhem dignidade, amor e aprendam a respeitar o próximo. Eu amo o trabalho que eu faço”, assinala.
Para continuar promovendo o curso de pintura, a professora enfrenta as dificuldades financeiras. Em 2011, segundo o coordenador da Pastoral Carcerária, Dermerval Nunes, a Fundação João Avelar apoiou a iniciativa. A partir de 2012, Maria Meire recebeu basicamente ajuda da Arquidiocese de Feira de Santana para pagar o transporte até o Conjunto Penal. Dermerval acredita que o curso deveria ser incentivado pelo governo estadual. “É uma obrigação do Estado criar as possibilidades para esse tipo de trabalho, porque nem espaço adequado ela tem”, pontua.
Fonte: Site Acorda Cidade/ Feira de Santana (BA)

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