A Pastoral Carcerária de Londrina (PR) já faz articulações para solicitar às autoridades locais atendimento médico, ao menos mensal, aos presos do 4º DP de Londrina, e não descarta pedir ao Ministério Público a interdição do local.
O coordenador da PCr de Londrina, padre Edivan Pedro, informou que deve convocar o juiz da Vara de Execuções Penais, Katsujo Nakadomari, o promotor de Defesa da Saúde, Paulo Tavares, e membros das secretarias estadual e municipal de Saúde e os diretores dos distritos para reuniões para viabilizar as ações.
No 4º DP de Londrina a capacidade é para 24 homens, mas há 120 presos, muitos dos quais com diversos problemas de pele, machucados e sarna, doença contagiosa que se espalha por meio do contato.
“Uma pessoa da área de saúde esteve no 4º DP, viu doenças de pele, machucados, disse que o delegado já tinha pedido ajuda. Eles estavam distribuindo um xampu para aliviar a coceira, mas isso não resolve a questão das feridas”, afirmou o padre.
Segundo o coordenador da PCr de Londrina, haverá um esforço para agilizar atendimento médico e remédios aos presos, mas ele afirmou saber que essas são medidas paliativas. “A ideia é que o Estado forneça os medicamentos necessários e que um profissional de saúde acompanhe, monitore o trabalho desse grupo. E não só para tratar doenças de peles. Há uma carência enorme nos Distritos Policiais de Londrina por todo tido de atendimento de saúde”.
Padre Edivan ressaltou, ainda, que “sem médicos e remédios, o Estado não cumpre seu dever de garantir saúde a todos, que é um direito fundamental da pessoa humana, presa ou não. Não deixemos que nossas cadeias sejam abandonadas por nossos governantes, com o risco de chegar ao caos como no Maranhão. E olha, eu estou pra dizer, que estamos, lamentavelmente, quase lá… Nunca nos esqueçamos, a violência nas cadeias (deixar presos doentes sem atendimento é também uma forma de violência), sempre tende a nos alcançar nas ruas”.
Em dia 13 de janeiro, o delegado do 4º Distrito, Luiz Fernando Ripp, solicitou apoio médico para apurar o surto de sarna entre os presos, mas não obteve resposta. Também disse que já comunicou a Vara de Execuções Penais e a Vigilância Sanitária em busca de um profissional de saúde. O juiz Katsujo Nakadomari havia acertado com o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial que o médico da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) iria examinar os presos, mas se descobriu que este está de férias.
“É uma situação ruim porque não envolve só os presos, mas envolve os funcionários. É do interesse de todos resolver essa situação o mais rápido possível”, destacou o delegado.
Fonte: Jornal O Diário/Londrina