PCr no Regional Nordeste III analisa situação carcerária na Bahia e em Sergipe

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Assembleia SerrnhaA cidade de Serrinha (BA) acolheu, entre 1° e 3 de maio, a assembleia da Pastoral Carcerária do Regional Nordeste III da CNBB, que envolve os estados da Bahia e Sergipe. Participaram cerca de 40 agentes, de grupos da pastoral das cidades sergipanas de Aracaju e Tobias Barreto, e das cidades baianas de Camaçari, Jequié, Feira de Santana, Paulo Afonso, Salvador, Teixeira de Freitas e Serrinha.
A acolhida dos participantes no primeiro dia do encontro coube aos coordenadores estaduais, Magal, de Sergipe, e Franco, da Bahia.
Franco fez memória da dedicação do Padre Gunther Alois Zgubic, coordenador nacional honorífico da Pastoral Carcerária, e da Irmã Lina, na visita aos presos; e também se lembrou da colega de Pastoral, Helena, de Vitória da Conquista (BA), que perdeu o marido, assassinado.
Na sequência, Magal convidou a Irmã Petra Silvia Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária para a Questão da Mulher Presa, para falar da situação carcerária no Brasil. A Irmã recordou que a Pastoral, com os seus 6 mil agentes, tem o desafio de prestar assistência religiosa e solidariedade aos mais de 600 mil presos do País. Ela apresentou o mais recente livro de formação para os agentes da Pastoral Carcerária.
Ainda no primeiro dia de assembleia, os participantes, reunidos em grupos, refletiram sobre os obstáculos atuais para os trabalhos da Pastoral, entre os quais a “competição religiosa”, poucos agentes, falta de apoio das paróquias, necessidade de formação para novos agentes, visita dos agentes no mesmo dia da visita dos familiares, dificuldades para visitar os presídios privatizados. Também se falou sobre as dificuldades do sistema prisional, entre elas, a limitação financeira dos familiares dos apenados, morosidade da Justiça, e limitações para a atuação de assistentes sociais e psicólogos junto aos presos.
No sábado, dia 2, após os participantes refletirem em grupo sobre o papel de atuação da Pastoral Carcerária, Irmã Petra conduziu uma dinâmica e na sequência houve o estudo do objetivo geral da atuação da Pastoral Carcerária: “Evangelização e Promoção da Dignidade Humana por meio da Presença da Igreja nos Cárceres, através das equipes de Pastoral na busca de um Mundo sem Cárceres”.
Ainda no sábado, José Silvino, agente da PCr de Salvador, que faz parte da Comissão da Saúde dos presos, falou que o direito dos presos a ter acesso aos serviços de saúde não está sendo respeitado. Ele pediu que os agentes da Pastoral fiquem atentos às necessidades de quites de higiene nas unidades prisionais, para que o Estado seja cobrado nos casos em que está sendo omisso. O senhor Davi, advogado e agente da Pastoral de Itabuna, falou sobre a necessidade de que se façam denúncias sobre as condições vividas pelos presos.
Depois, Irmã Petra trabalhou a temática das “Mulheres no Sistema Prisional”. Ela indagou os participantes sobre as dificuldades que encontram para trabalhar com as mulheres presas. A Irmã fez um diagnóstico sobre as presas no Brasil, lembrando que é preciso resgatar a dignidade delas, preservar as medidas cautelares e garantir que elas tenham condições de sempre se comunicar com as famílias, com acesso a telefones públicos, por exemplo.
Ela propôs que agentes do Regional Nordeste III tenham uma formação específica para trabalhar com as mulheres nos presídios. Ofereceram-se para esta formação dois agentes de Aracaju, um de Teixeira de Freitas, um de Paulo Afonso e outro de Salvador.
Por fim, Irmã Petra detalhou como estão sendo feitas as audiências de custódia em alguns estados como São Paulo. A Irmã lembrou, ainda, que foi a segunda vez que esteve em Serrinha. Dessa vez, ela foi acompanhada do jovem austríaco Filipe, estudante de serviço social, que está no Brasil realizando um ano de estágio pastoral.
Antes da avaliação final do encontro, houve um momento de reflexão sobre o perfil desejado para uma pessoa que deseja coordenar atividades na pastoral.
 
Como fruto das reflexões da assembleia do Regional Nordeste III da CNBB foi redigida a Carta de Serrinha (LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA).

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