“Alô, sou Francisco. Pensei que poderíamos fazer mais rápido se eu lesse o meu prefácio no telefone. Tens papel e caneta para escrever?”.
O Papa Francisco assina o Prefácio da obra “Cristo dentro”, assinado pela médica Francesca Sadowski, pelo fotógrafo Pino Rampolla e pelo Padre Eugenio Nembrini.
Em entrevista ao jornal italiano “La Stampa”, os autores relatam como nasceu a ideia de contar, com o uso de fotografias, a relação de alguns detentos com a fé, por meio de suas tatuagens.
“Um dia Massimiliano – relata Francesca – um detento que encontrei algumas vezes, me mostrou que havia corrigido a própria tatuagem: de “Melhor escravo no inferno do que patrão no Paraíso”, mudou a escrita para “Melhor escravos no Paraíso do que patrões no inferno”. Ele me disse que a primeira frase não mais o representava, e que na sua busca de si, desejava inverter aquela mensagem que tinha escrita no antebraço”.
Foi um episódio muito significativo – conta a médica – tendo também em vista a dificuldade em um ambiente como a prisão de “corrigir” uma tatuagem, nascida de um profundo desejo de mudar o rumo da própria vida.
Depois daquele episódio, e depois de ter lido tantas cartas de Massimiliano e de outros detentos, Francesca e Padre Eugenio deram-se conta que estavam testemunhando “Deus em ação” e que seria bonito mostrar isto também aos amigos.
Nascia assim a ideia do livro. O próximo passo foi o encontro com o amigo Pino Rampolla, com a proposta de que fotografasse as tatuagens com temas religiosos e de ajudar a recolher, onde fosse possível, os testemunhos de quem havia impresso na pele e no coração temas de Deus”.
Neste ponto, chega o telefonema do Papa a quem havia sido pedido uma introdução, fazendo o coração de todos tremer.
Assim, o projeto nascido como experiência pessoal a campo, se concretiza em um livro, que página após página, conta com a linguagem das imagens a difícil busca da redenção de homens e mulheres que cometeram erros e que viram na fé a âncora segura onde agarrar-se.
Crucifixos, rostos de Cristo, efígies de Maria: é rica a amostragem de imagens e orações tatuadas na pele, indeléveis pedidos de ajuda, que narram em um intenso relato comum, a dificuldade de ser seres humanos, e, portanto, frágeis.
Fontes: Rádio Vaticano e Jornal La Stampa