Parabéns a toda mulher guerreira, especialmente, parabéns para as mulheres que lutam pela justiça e direitos iguais entre todos!
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, das Nações Unidas, que é a primeira grande declaração universal do século passado, à qual se seguiram várias outras, só conhece dois sujeitos de direito: o indivíduo e o Estado. Os povos somente serão reconhecidos na medida em que são transformados em Estados e a questão de gênero nem se quer foi tocada. Somente em 1979, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra a Mulher, descrita como a Magna Carta dos Direitos das Mulheres, que entrou em vigor somente no dia 3 de setembro de 1981. Algo ainda muito recente, desconhecido, ignorado pela grande parte da sociedade e pouco colocado em prática.
A Igreja católica, com 2000 anos de existência, somente agora neste ano, em janeiro de 2014, com o papa Francisco, deu um grande passo para diminuir essa desigualdade, colocando no jornal do Vaticano – “L’Osservatore Romano” – uma página dedicada a teologia da mulher, a fim de definir melhor seu lugar na vida da Igreja, isto é, afim de reduzir essa desigualdade histórica, pela qual a mulher sempre foi tratada com um ser de segunda categoria, inferior ao homem.
Espaços estão sendo conquistados, muito ainda falta, mas o pouco conseguido foi resultado de uma grande luta que essas mulheres guerreiras travaram. Muitas tombaram na caminhada, muitas presas, outras queimadas, outras acusadas de subversivas, hereges, mas não desistiram da esperança e de lutar pela promoção da humanidade plena das mulheres.
Desejo a todas, um feliz Dia Internacional da Mulher, em especial às que não param de sonhar e lutar, as que se lançam na lutas sociais, abraçando a dor e o sofrimento de outras mulheres, as que abraçam a dor das presas: as nossas queridas agentes de Pastoral Carcerária. Muito obrigado pelo amor derramado e pela alegria motivadora. Parabéns!
Padre Valdir João Silveira
Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária