Responsável pelo Blog “Presos que Menstruam”, Nana Queiroz, formada em jornalismo pela USP e especialista em Relações Internacionais, com ênfase em direitos humanos, pela Universidade de Brasília, contou em entrevista ao site IHU um pouco da realidade carcerária no país, com base no que viu e ouviu de mulheres presas.
Nana ressaltou como uma das precariedades das penitenciárias brasileiras o fato de as mulheres terem tratamentos similares aos homens, “nos quais são ignoradas a menstruação, a maternidade, os cuidados específicos de saúde, entre outras especificidades femininas”, avaliou.
Segundo a jornalista, mulheres que vivenciaram a gravidez presas já lhe disseram que policiais e carcereiros resistiram até o último minuto para levá-las em trabalho de parto para o hospital, e em alguns casos aconteceram partos nas próprias celas. Muitas mulheres não tiveram acesso a pré-natal e há dificuldades para a realização de atendimento médico preventivo, como papanicolau.
Durante a entrevista, Nana traçou o perfil comum da mulher presa no Brasil: tem baixa escolaridade, provem das classes mais pobres, é negra ou mestiça. A maioria entrou na criminalidade para complementar a renda, sendo presa por crimes contra o patrimônio ou por tráfico de entorpecentes.
Ainda segundo a jornalista, tanto nas penitenciárias quanto nas delegacias não são distribuídos itens de higiene suficientes para as presas. “Elas procuram substituir os absorventes por papel higiênico, jornal ou até mesmo miolo de pão enrolado, que serve como um OB improvisado. Logo, itens de higiene se tornam moeda de troca dentro dos presídios, tão valiosos quanto cigarros, serviços de manicure e cabeleireiro, entre outros”.
LEIA ÍNTEGRA DA ENTREVISTA NO SITE IHU