A jornalista Arcelina Helena Públio Dias, integrante da Pastoral Carcerária de Goiás, lançará em 27 de novembro, às 19h, em Brasília (no Restaurante Carpe Diem, 104 Sul), o livro “Memória e libertação”, no qual a autora revive, junto ao povo da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), suas histórias de luta pelos direitos da terra e da vida, durante os duros anos da ditadura militar.
Impactantes, grandes e coloridos murais, pintados por Cerezo Barredo, durante esse período, também contam a história do povo, iluminam e ilustram o livro de Arcelina. E principalmente Dom Pedro Casaldáliga, líder da resistência desse povo que preserva com dignidade a memória das lutas, perseguições e vitórias.
O livro de Arcelina faz parte de um projeto de peregrinação jornalística de 500 dias entre os pobres e excluídos dos cinco continentes, com o objetivo de escrever cinco livros. “Memórias e Libertação” é o quarto da série.
Durante cem dias, Arcelina conviveu e conversou com o povo da Prelazia que participou da luta, se orgulham de sua história e preservam a memória. Dom Pedro, com seus 92 anos, continua em São Félix. Cerezo – padre, pintor espanhol e principal ‘muralista’ das lutas dos povos da América Latina, na segunda metade do século XX – mora em Salamanca, onde Arcelina foi entrevistá-lo.
O Governo do Mato Grosso, através da Secretaria da Cultura, tombou os 12 “Murais da Libertação”, localizados em sete cidades da Prelazia, entre os rios Araguaia e Xingu. Os murais mesclam a luta do povo, com suas características culturais das três raças brasileiras, com as histórias bíblicas da libertação de Jesus e seus apóstolos.
“Este livro mostra um Brasil de histórias de força, um Brasil de necessidades primárias, um Brasil de soluções criativas empolgantes, longe dos holofotes do poder central. É um Brasil que tem muito a ensinar e a ser reconhecido por meio das histórias que compõem a peregrinação da autora pelo resgate da dignidade anônima de tantos cidadãos e cidadãs cujas vidas dizem muito mais do que os falaciosos números estatísticos ou os relatos da história oficial”, comenta Edvaldo Pereira Lima, jornalista e professor da USP.
Arcelina Dias na Pastoral Carcerária
“Sou da Pastoral Carcerária na cidade de Goiás desde 2002. Logo o bispo me chamou para ser coordenadora diocesana. Por falta de outras pessoas, exerci três mandatos e fui eleita vice-coordenadora estadual. Estive em várias assembleias nacionais da Pastoral. Durante a primeira conferência sobre segurança publica, organizei uma feira de artesanato de trabalhados enviados de todo o Brasil. Foi excelente!”, conta.
Atualmente, Arcelina participa de um programa de leitura voltado para pessoas presas, em que estas obtêm remissão de quatro dias de pena a cada livro lido por mês.
Informações sobre o lançamento do livro podem ser obtidas pelo telefone (61) 8174-1583, com Cléa Paixão, assessora de imprensa.