A Pastoral Carcerária Nacional participou no dia 16 de junho de um curso do Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam), criado para prestar um serviço de nível superior no campo da formação, atualização e pesquisa bíblica, teológica, pastoral e social no contexto da realidade da Igreja da América Latina e Caribe. O curso foi voltado para a questão da Justiça Restaurativa. Durante toda a semana, foram debatidos e compartilhados experiências sobre Justiça Restaurativa pela América Latina.
Joselene Linhares, colaboradora da PCr Nacional para a questão da Justiça Restaurativa, apresentou a cerca de 300 participantes de diversos países, com Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Caribe, Cuba, Guadalajara\México, Panamá, Porto Rico, Paraguai, Peru, Uruguai e Estados Unidos o que a Pastoral e seus agentes vêm realizando na formação e prática da Justiça Restaurativa com os agentes pastorais, familiares e sobreviventes do cárcere.
Para baixar a apresentação feita por Joselene, clique aqui.
Preparação e metodologia
Foram vários encontros prévios de alinhamento pastoral, metas, objetivos e proposta metodológica, para efetivar o projeto de formação numa linha de reciprocidade e aproximação missionária à luz do magistério do Papa Francisco, da Doutrina Social da Igreja da Ciência Jurídica, Antropológica e Sociológica. Os Agentes de pastoral de todos os países que participaram do curso acolheram esse projeto missão.
O curso foi organizado dentro de um viés metodológico e pedagógico, com o seguinte objetivo:
- Aprofundar o acompanhamento e cuidado pastoral de pessoas em situação prisional em: América do Sul, América Central e América do Norte.
- Evangelizar anunciando a Boa Nova de Jesus, promovendo o estabelecimento do Reino de Deus no mundo prisional.
- Humanizar o mundo prisional promovendo e defendendo os direitos fundamentais das pessoas.
- Servir de ponte entre a prisão e a sociedade, anunciando e denunciando a realidade do mundo criminal e prisional.
- Sensibilizar as comunidades cristãs (paróquias, movimentos apostólicos, institutos religiosos…) e a sociedade sobre o problema carcerário nas dioceses.
- Promover e formar agentes pastorais para a missão específica que, confiada pelo bispo, deve ser desempenhada dentro ou fora das prisões.
- Apoiar e coordenar as atividades e serviços oferecidos por indivíduos, grupos, movimentos para o serviço na missão da pastoral prisional.
- Assistir as famílias das pessoas privadas de liberdade que solicitem ajuda, oferecendo abrigo e orientação.
- Assistir o pessoal dos componentes do sistema de justiça criminal: polícia, tribunal e correlatos. Uma aproximação e escuta sócio transformadora, com abordagem e fortalecimento dos Direitos Humanos Universais.
Este curso teve como método a multimídia, que inclui palestras, apresentações em PowerPoint, autorreflexão baseada em vídeo, redação reflexiva para tarefas, discussões, projetos em grupo, documentos eletrônicos e muito mais. Além de uma plataforma própria disponibilizada pelo CELAM, que facilitou a interação metodológica, a pesquisa e o contato efetivo com as práticas narradas pelos próprios agentes em seus distintos Países. Houve de fato estudo: Teórico\cognitivo – prático e vivencial na aproximação além fronteira com as narrativas das experiências.
Dividimos a proposta formativa por módulos:
Primeiro módulo:
A missão da Pastoral Carcerária à luz do magistério do Papa Francisco
Segundo módulo:
Espiritualidade\Mística da Pastoral Carcerária sem Fronteira
Terceiro módulo:
- Justiça Restaurativa: fundamentos e visão à luz da fé e do magistério do Papa Francisco;
- As práticas de Justiça Restaurativa e a experiência brasileira;
- Um enfoque da Justiça Restaurativa como atenção e revestimento dinâmico da Pastoral integral e do sistema de justiça criminal.
Quarto módulo:
A situação da mulher encarcerada e seu contexto de ANONIMATO social, eclesial e familiar. As invisibilidades sociais das que se denominam: LGBTQIA+, MIGRANTES, INDIGENAS E MULHER – MÃE SOLO.
Após cada módulo era disponibilizado na plataforma referências bibliográficas, para reflexão, estudo e análise da temática com a interlocução cientifica. Além do incentivo a pesquisa de cunho dedutivo e indutivo in loco.
Ao final deste diplomado chegamos a seguinte convicção: É fundamental seguir cuidado de quem cuida! Além de crescermos numa cosmovisão e Cosmologia orgânica no sentido ético de que tudo está interligado – interconectado.
Somos uma REDE em defesa dos DIREITOS HUMANOS UNIVERSAIS!
Gratidão imensa por ter feito parte desta equipe SEM FRONTEIRA!!!
Assista à apresentação neste vídeo:
Joselene Barbosa Linhares