O Papa Francisco lançou uma nova exortação apostólica, ‘Gaudete et Exsultate’, na qual propõe uma maior atenção aos mais necessitados e à justiça social na vida dos católicos, que desafia a “reconhecer Jesus nos pobres e atribulados”.
“Quando encontro uma pessoa a dormir ao relento,numa noite fria, posso sentir que seja um monte de lixo, ou reagir a partir da fé e reconhecer nele um ser humano”.
‘Gaudete et Exsultate’ significa “Alegrai-vos e exultai”, e é a terceira exortação apostólica do atual pontificado, que tem como objetivo mostrar a falta de coerência de alguns cristãos nas propostas éticas e sociais.
“Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente”, assinala, no texto dedicado à santidade no mundo contemporâneo.
Uma questão apontada por Francisco no documento é a dos refugiados, que, segundo alguns católicos, “é um tema secundário relativamente aos temas ‘sérios’ da bioética’”, aponta o papa. Para ele, a “única atitude condigna” dos cristãos perante a crise dos refugiados “é colocar-se na pele do irmão que arrisca a vida para dar um futuro aos seus filhos”.
A exortação apostólica critica as pessoas que consideram uma igreja e sacerdotes comprometidos com os mais pobres e causas sociais como algo descolado da função clerical.
“É nocivo o erro das pessoas que vivem suspeitando do compromisso social,considerando-o comunista. (…) Poder-se-ia pensar que damos glória a Deus só com o culto e a oração, ou apenas observando algumas normas éticas (é verdade que o primado pertence à relação com Deus), mas esquecemos que o critério de avaliação da nossa vida é, antes de mais nada, o que fizemos pelos outros”, defende o Papa.
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