Irmã Bárbara Kiener, agente da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Goiânia, participou no encontro da JPIC (Justiça, Paz e Integridade da Criação) e JCoR (Coalizão de Religiosas/Religiosos para a Justiça) promovido pelo Setor Missão da Conferência dos Religiosos do Brasil de 23 a 25/08/2024 em Brasília. Participaram também religiosos e religiosas que atuam na Pastoral Carcerária em vários estados do Brasil e do mundo.

O tema abordado foi a “Diversidade de ações como justiça, paz e integridade da criação”. Dentre as discussões, os integrantes puderam refletir sobre temáticas como a casa comum e a crise climática, tendo em vista como esses fenômenos criam desafios nas atividades pastorais e na sociedade como um todo. O objetivo do encontro é a articulação entre as comunidades nacionais e internacionais, promovendo uma aliança entre elas a fim de propor a manutenção da defesa dos direitos humanos.

Depoimento da Irmã Bárbara Kiener

“Durante o encontro, vivenciei uma profunda conexão entre a espiritualidade cristã encarnada e os desafios da realidade econômica, política, social e climática. A abordagem da JPIC, que une o sacramental à luta pela justiça, pelos direitos humanos e pela integridade da criação, me tocou profundamente. A fé de que cada pessoa é um reflexo da imagem de Deus e que cuidar de todos os seres vivos é uma necessidade de vida e da fidelidade ao chamado de ser discípula missionária de Cristo me fortaleceu na minha caminhada como agente da Pastoral Carcerária.

A formação oferecida neste encontro do JPIC seguiu a metodologia “ver, julgar e agir” e me proporcionou conhecimentos valiosos sobre as diversas realidades sociais. Foi um espaço de troca de experiências e aprendizagens sobre as realidades e problemas que enfrentamos e que nos desafiam. Os temas do encarceramento em massa, da violência estrutural, da degradação socioambiental, da crise climática e da violação de direitos humanos estão todos interligados e têm a ver com o modelo de desenvolvimento econômico neoliberal em vigor, que fere a vida e gera morte.

Um momento marcante foi a reflexão sobre a importância de trabalhar em rede na mobilização, ações concretas, comunicação e incidências políticas. Ao final do encontro, senti-me mais fortalecida em minha missão como agente da Pastoral Carcerária. A experiência de compartilhar com os membros da JPIC renovou as minhas esperanças e me impulsionou a continuar trabalhando por um mundo sem cárcere.”

 

Texto: Bárbara Kiener