Representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Pastoral Carcerária de Londrina vistoriaram, em 16 de abril, o Centro de Triagem de Londrina, para averiguar denúncias de condições desumanas a que seriam submetidos os presos, mantidos em espaços pequenos e com precários serviços de água, luz e alimentação.
Na ida ao local, encontraram 15 detentos amontoados em cubículos de dois por três metros, sem água, energia elétrica ou colchões, além de apenas um vazo sanitário no nível do chão.
“Estive agora há pouco no Centro de Triagem. Os problemas lá encontrados são oriundos do fato de o Centro não ser projetado para ser uma carceragem. Lá é para receber o detento enquanto se investiga ou faz os procedimentos iniciais legais. Não tem nada nos cubículos de 2×3 metros, nem água para beber e tomar banho, energia elétrica, cama ou colchões. Tudo é improvisação caseira. E não tem como também receber visitar ou alimentos da família”, relatou o padre Edivan Pedro, coordenador da PCr de Londrina, após a visita ao local.
Na avaliação do padre, “a solução não está em ampliar ou instalar equipamentos para melhorar as condições para acomodar mais presos e por mais tempo, transformando aquele local numa carceragem, como temos visto acontecer nas Delegacias do Estado do Paraná”.
Desde fevereiro deste ano, com a interdição do 4º e 5º distritos policiais – que estavam superlotados e em precárias condições – o Centro de Triagem é utilizado para abrigar presos, sendo que aos fins de semana, quando o fluxo de prisões é maior, cada um dos pequenos cubículos chega a ficar com mais de 20 presos.
“Estamos cansados de promessas. O governo do Estado falou que ia fazer as vagas no mês de março e estamos no meio de abril sem nada. Carceragem não é local de preso”, afirmou.
De acordo com o padre Edivan, após a visita haveria, ainda no dia 16, uma conversa com o juiz da Vara de Execuções Penais para buscar agilidade judiciária em relação aos presos provisórios; tentativa de envolver a Defensoria Pública Estadual para a resolução do problema e cobrar do estado paranaense ações para o fim da superlotação carcerária.
Fonte: jornal O Diário/Londrina