No Ceará é no dia 18 de setembro. E faz sentido celebrar? Atrás das grades, com certeza não. Mas faz sentido, pelo menos nesta ocasião, lembrar à sociedade que a grande maioria das mulheres e homens encarcerados (as), só esperam da Lei uma chance  para provar que toda a pessoa vale mais que seu próprio erro.
O Estado, com todos os seus Poderes, está muito longe de cumprir com a Lei de Execução Penal, por ele mesmo instituída no intuito de educar (reeducar) os transgressores e prepará-los para sua volta ao convívio social.  Tampouco isto interessa à própria sociedade, esquecida de que eles estarão de volta, um dia, quem sabe se melhores ou piores.
E é por esta razão que, a meu ver, o atual debate sobre a Reforma do Código Penal carece de uma reflexão urgente sobre a finalidade do encarceramento. Sem uma maior clareza e compromisso com esta premissa, pouco ou nada adiantará maior ou menor “endurecimento” da legislação penal.
O vídeo a seguir é de 1997 mas continua atual.Vale ressaltar que foi por ocasião desta produção que adentrei em algumas das unidades penitenciárias do Ceará onde, graças a Deus, permaneço até o presente momento, não mais como produtor de vídeos mas como voluntário da Pastoral Carcerária do Ceará.

Por Marco Passerini 
Sacerdote da congregação dos Missionários Combonianos. Nascido na Itália em 16 de maio de 1941. No Brasil desde 1973. Brasileiro naturalizado desde 2000. Cidadão maranhense a partir de 2005. Há 22 anos residente em Fortaleza-Ceará, depois de 15 anos de presença no Maranhão. É voluntário da Pastoral Carcerária no Ceará.
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