Padre Gianfranco, à Rádio Vaticano: ‘A Justiça Restaurativa tenta romper o ciclo de violência’

 Em Justiça Restaurativa

Padre GianfrancoUm sinal de esperança para uma sociedade marcada pela violência e pelo punitivismo. Esse é o entendimento do Padre Gianfranco Graziola, vice-coordenador nacional da Pastoral Carcerária, sobre a temática, conforme expressou em entrevista à rádio Vaticano.
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“Como Pastoral Carcerária, questionamos a justiça punitivista que existe, elitista. Hoje em dia, estamos trabalhando com outras entidades a Justiça Restaurativa, que não é a mediação de conflito. A Justiça Restaurativa enfrenta o conflito, seja de quem cometeu o crime, seja de quem é objeto deste crime. Coloca-os frente a frente para saber o que realmente aconteceu, quais são as causas. A Justiça de hoje não se preocupa com as causas, só que houve um fato e que é preciso punir e condenar. Já a Justiça Restaurativa envolve ofensor e ofendido, ajudando a criar uma nova imagem da pessoa que é considerada um malandro, um bandido. Com a Justiça Restaurativa, temos que romper esse ciclo de violência, encontrar medidas que ajudem a restabelecer relações e, sobretudo, criar uma nova pessoa e enfrentar os problemas”, afirmou Padre Gianfranco.
Ainda segundo o vice-coordenador nacional da Pastoral Carcerária, a Justiça Restaurativa é um sinal de esperança, que tem sido difundido pela Pastoral e há até um grupo de trabalho sobre o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF), embora sobre este, haja ressalva do entendimento que dá à Justiça Restaurativa.
“Já existem juízes com o nosso entender sobre Justiça Restaurativa, de uma justiça que não é vertical, mas horizontal, onde a comunidade entra, se expressa e assume a sua responsabilidade, não a deixa para um grupo, para uma pessoa. Como sociedade, temos que começar a nos responsabilizarmos. A Justiça Restaurativa também é para nós, agentes da Pastoral Carcerária, porque nós temos a Escola de Perdão e Reconciliação, a Espere… É um programa longo e desafiador, mas é o caminho”, comentou.
Preocupação com o novo governo
Na entrevista, Padre Gianfranco também falou que o sistema prisional brasileiro segue caótico. “A situação continua, como sempre, dramática. Não temos grandes mudanças. Temos sempre os perigos da privatização do sistema prisional, temos a questão da mulher, temos as graves questões do sistema penitenciário que continua na mesma e que temos medo que vai piorar ainda mais, a nível de Supremo Tribunal Federal, com a mudança da Presidência da República. Depois, tem a questão do mecanismo contra a tortura, do qual a Pastoral Carcerária é um dos autores, mas que está indo para outros caminhos, vamos ver o que vai acontecer”, afirmou, ressaltando ainda que “mais uma vez a ONU, através do seu representante, disse que o Brasil continua torturando de várias maneiras, não apenas espancando, mas também torturando com o sistema em si. O sistema em si é uma tortura”.
Fonte: Rádio Vaticano
 
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