‘Tardes de Formação’ debate juventude, segurança pública e direitos humanos

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0307 Tardes_de_FormacaoEm atividade promovida pela Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese de São Paulo, Instituto Paulista de Juventude (IPJ), Anchietanum e Centro de Capacitação da Juventude (CCJ), na tarde de sábado, 29 de junho, jovens debateram sobre “Juventude, segurança pública e direitos humanos”.
Atividade intitulada “Tardes de Formação”, tem como motivação debater assuntos ligados à vida da juventude e seus trabalhos pastorais, políticos e sociais. Este foi o segundo encontro realizado neste ano. O tema surgiu, segundo Marcelo Naves, da Pastoral Carcerária, de um apelo de parte dos jovens que no encontro anterior, em uma das oficinas que debateu a redução da maioridade penal, pediram um aprofundamento neste assunto.
Após um momento de mística e oração, os jovens participaram de um debate. Danilo Dara, do grupo Mães de Maio, falou sobre o extermínio da juventude, principalmente nas periferias da cidade e sobre a negação de direitos que a juventude vem sofrendo.
Em maio 2006, após ataques de uma facção criminosa no Estado de São Paulo, a Polícia Militar realizou diversas operações em que, de acordo com Danilo, em menos de dez dias foram mortos mais de 500 pessoas. Após esses crimes, nasceu as Mães de Maio, entidade que cobra a responsabilidade do Estado nas mortes acontecidas naquele ano.
Danilo ressaltou que as vítimas eram direcionadas, pois na sua maioria eram homens, pobres, negros e de periferia. Além do extermínio de fato, a entidade denuncia também que parte da juventude tem sido exterminada nos presídios e fundações Casa do Estado, onde a falta de estrutura e superlotação não têm recuperado e nem, de fato, resolvido o problema da violência.
A representante do Centro de Direitos Humanos e Educação Popular (CEDHEP), Milena Mateuzi Carmo, apresentou os conceitos da Justiça Restaurativa. Para ela, é preciso superar a visão de política punitiva.
Em uma breve apresentação, Milena destacou que a medida restaurativa busca resolver o conflito através do diálogo entre as duas partes, se ambas estiverem de acordo. O assunto gerou polêmica entre os jovens, porém a representante do CEDHEP destacou que este assunto é novo e, geralmente é apresentado em um curso de 40 horas e não apenas em uma, como no encontro.
“Essa ideia de que o justo só pode ser feito pela justiça, faz com que a gente perca essa possibilidade de fazer o justo em nossas relações cotidianas. É possível tentar resolver um conflito com um vizinho que está ouvindo um som muito alto. Não é preciso chamar a polícia para isso, será que eu não posso proporciona um espaço de justiça restaurativa”, afirmou Milena.
Um terceiro painel foi apresentado pelos representantes da Pastoral Carcerária, Marcelo Naves, e da Rede Dois de Outubro, Rodolfo Valente, que abordaram a questão do “Abolicionismo e do encarceramento em massa”. Para Rodolfo é importante que a juventude, que mais está sofrendo com esse encarceramento em massa, se coloque como principal ator no campo de discussão desse assunto.
Marcelo sugeriu que os jovens se organizem em redes para poder trabalhar e se articular no enfrentamento e compreensão dos temas. A coordenação da PJ destacou que dará três encaminhamentos práticos: escrever um manifesto; fazer um subsídio; no dia da missa de envio – dos peregrinos para a JMJ – levar os clamores da juventude.
Fonte: Jornal O SÃO PAULO/ Edcarlos Bispo de Santana

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