Papa: ‘A solução do cárcere é a coisa mais cômoda para esquecer aqueles que sofrem’

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Em 11 de maio, no Vaticano, o Papa Francisco teve um encontro com 7 mil crianças por meio do projeto “Fábrica de Paz”, uma iniciativa inter-religiosa nas escolas italianas para o qual o Papa foi nomeado como “operário especial”.
Respondendo a perguntas das crianças, ele criticou as atuais políticas de encarceramento de jovens e adultos em todo mundo.
“Deus perdoa tudo, somos nós quem não sabemos perdoar. Somos nós que não encontramos as estradas do perdão por tantas vezes, por incapacidade ou porque é sempre mais fácil encher os presídios do que ajudar a andar para frente quem errou na vida”, disse o Pontífice ao responder à pergunta de uma menina cujo pai está preso.
Entre as 13 perguntas dos participantes do encontro, uma delas foi de um jovem que está no centro de detenção para menores Casal del Marmo, na Itália: “A resposta aos meninos como eu muitas vezes é o cárcere. O senhor está de acordo?”, indagou o rapaz, que obteve imediata resposta do Sumo Pontífice.
“Não. Não estou de acordo. Repito o que disse: é a ajuda a levantar-se, a se reinserir, com a educação, com o amor, com a proximidade. Mas a solução do cárcere é a coisa mais cômoda para esquecer aqueles que sofrem!”, afirmou o Papa.
“Eu vos dou um conselho: quando vos disserem que este está na prisão, que aquele está na prisão, que aquele outro está na prisão, digam a vocês mesmos: ‘Também eu posso fazer os mesmos erros que ele fez’. Todos podemos cometer os erros mais brutos! Não condenar nunca! Ajudar sempre a se levantar e a se reinserir na sociedade”, completou Francisco.
Respondendo a um menino egípcio, que lhe perguntou por que as pessoas poderosas não ajudam a escola, já que esta quer bem às crianças, Francisco expandiu o horizonte para uma questão maior: “por que tantas pessoas poderosas não querem a paz?”. E explicou: “Porque vivem das guerras! A indústria das armas: isso é grave! Os poderosos, alguns poderosos, lucram com a fábrica das armas e vendem as armas a este país que está contra aquele, depois vendem àquele que é contra este… É a indústria da morte! E lucram! (…) Ganha-se dinheiro, mas se perdem as vidas, se perde a cultura, se perde a educação, se perdem tantas coisas”.
Um menino em cadeira de rodas emocionou o Papa ao perguntar por que uma criança, que nada fez de mal, nasce com problemas como ele. Antes mesmo de responder, Francisco quis enfatizar que não gosta de dizer que uma criança é deficiente, pois ela apenas tem uma capacidade diferente e todos são capazes de dar alguma coisa. Sobre a pergunta, o Papa disse que não há uma resposta, mas destacou apenas que é necessário ajudar, com uma presença muito próxima, àqueles que sofrem.

Fontes: ANSA e Canção Nova

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