‘Estive preso e foste me visitar’: PCr do Rio de Janeiro segue mandado de Jesus há 43 anos

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Em 2015, a Pastoral Carcerária da Arquidiocese do Rio de Janeiro completa 43 anos de atuação. Seguindo o mandato de Jesus, “Estive preso e foste me visitar” (Mt 25,36), em 1972, o Padre Bruno Trombeta deu início às ações da PCr, levando assistência espiritual aos presos e amparo aos seus familiares.
“Antigamente, nós convivíamos com presos de maior idade. De um tempo para cá, a população carcerária ficou muito jovem. Isso é muito preocupante. Passamos a atender famílias com filhos de 18 anos presos, a maioria por tráfico de drogas”, comentou, ao Site da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Jandira Moreira da Silva, que atua na pastoral há 35 anos.
No Estado do Rio de Janeiro, a PCr atua em 29 presídios. A assistência religiosa é realizada de forma permanente por agentes e sacerdotes. Duas vezes ao ano, o arcebispo e os bispos auxiliares vão às prisões para celebrar a Páscoa e o Natal, inclusive com a administração de sacramentos. Também há uma programação especial de visitas em janeiro, durante a Trezena de São Sebastião.
O trabalho junto aos presidiários também é feito por outras denominações religiosas nas prisões fluminenses. Para o Padre Walnei de Moura Antunes, coordenador estadual da Pastoral Carcerária, o convívio com essas religiões diferentes é às vezes difícil, mas “por parte da Igreja Católica há uma abertura total para aquelas que querem construir uma relação harmoniosa”.
Também agente da PCr, o Padre João Carlos Silveira, diz que a relação com presos de outras religiões é enriquecedora. “A resposta dos presos aos encontros é fantástica. No Natal do ano passado, eu recebi a visita de uma presa, em regime semiaberto, que é espírita. Ela gosta muito de se sentar comigo e ler a Bíblia”, comentou.
Pelo menos três vezes ao mês, Padre João realiza visitas entre o Instituto Penal Oscar Stevenson, presídio feminino, e algumas unidades do Complexo Penitenciário de Gericinó. Além de presidir missa nos locais, ele lê e reflete a liturgia do dia com os detentos, por considerar que esse é um método ecumênico, bem aceito pelos presos no processo de evangelização.
“Às vezes eu saio das penitenciárias com o sentimento de impotência: são muitos presos. Mas ainda que eu tenha essa impressão de não conseguir levar a Palavra de Deus a todos, eu me alegro pela oportunidade de pode estar ali evangelizando. O capítulo 25, versículo 36, do Evangelho de Mateus: ‘Estive na prisão e foste-me ver’, me conforta e revela que estive com o próprio Messias”, concluiu padre João.
Assim como em todo o Brasil, a Pastoral Carcerária do Rio está empenhada nos debates sobre o sistema penal no Brasil. Uma das principais bandeiras é o fim das revistas vexatórias nas penitenciárias. Outra é para que a retirada das carteiras de visitante seja menos burocrática.

LEIA A ÍNTEGRA NO SITE DA ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO

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