A busca do conhecimento

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BoscoSaúde, educação, segurança, trabalho, são pilares fundamentais da vida de uma comunidade. Nas pequenas cidades brasileiras, os nossos administradores não conseguem inovar e fazer com que alguns desses pilares cheguem a se desenvolver. A vida econômica de muitas cidades depende de aposentadorias e de um salário ligado à prefeitura.
A educação no sentido mais amplo passa por uma grande crise assumida pelo próprio governo federal. Segundo o MEC, em 2014, foram 529 mil alunos que ficaram com nota zero no ENEM. Não se poderia ter notícia mais grave sobre a educação no nosso País.
Esses números revelam que nas escolas do nosso País, esses jovens não estão aprendendo a própria língua, uma vez que não sabem sequer escrevê-la, mesmo dando os descontos de uma gramática difícil como a nossa.
Os desdobramentos de uma situação como essa apresentada são profundamente complexos. Já se costuma citar que na universidade existem pessoas que não sabem fazer um oficio. Se existe alguma verdade em tudo isso, significa que nossas escolas não estão oferecendo o mais importante e elementar para nossas crianças e adolescentes.
Mas, para além das escolas, as crianças em casa parecem não serem mais acompanhadas pelos pais, que precisam sentar-se com as crianças e ajudá-las em suas tarefas. Os pais que não dão mais tempo para os filhos, não conseguem mais acompanhar também os estudos da criançada.
Além de tudo isso, a criança não tem mais tempo para brincar, correr, viver seu tempo de criança. As crianças hoje vivem no mundo virtual e tecnológico como os adultos. Com internet, telefones e tablets sofisticados, as crianças se tornam superadultas muito antes do tempo.
Sem contar que esse mundo da tecnologia e da virtualidade traz sempre um conhecimento completamente fragmentado e disperso em toda sociedade. Na medida em que temos cada vez mais informações, menos formação estamos tendo. Essa realidade compromete profundamente os futuros profissionais nas diversas áreas. Erros médicos, por exemplo, são muito frequentes. Não basta a multiplicidade de cursos se falta o rigor cientifico e a objetividade de conteúdo, considerando a falta de esforço pessoal: ao que parece, a busca, a disciplina e o esforço pessoal deixam cada vez mais a desejar.
Apesar da aparente facilidade com o número de escolas, o analfabetismo é muito grande. Nas unidades prisionais do Brasil, composta de jovens, é visível o número dos que não tiveram a oportunidade de frequentar devidamente as escolas. Nas unidades prisionais são outros valores que são alimentados e difundidos.
Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 960 milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais de 1/3 dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso e às novas tecnologias que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a adaptar-se às mudanças sociais e culturais.
De acordo com essa declaração, o analfabetismo funcional é um problema significativo em todos os países industrializados e em desenvolvimento. No Brasil, 75% das pessoas entre 15 e 64 anos não conseguem ler, escrever e calcular plenamente. Esse número inclui os 68% considerados analfabetos funcionais e os 7% considerados analfabetos absolutos, sem qualquer habilidade de leitura ou escrita. Apenas um entre quatro brasileiros consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar aprendendo (conforme informação disponível em www.planetaeducaçao.com.br).
Padre Bosco Nascimento
Coordenador da Pastoral Carcerária no Estado da Paraíba
Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos
E-mail: pebosco@gmail.com

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