41% dos mortos por intervenção policial em GO não tem identificação

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Por Thalys Alcântara
Do O Popular

Quase metade dos mortos por intervenção policial em Goiás no primeiro semestre de 2018 não estava com carteira de identidade no momento em que foram alvejados. Para a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), isso é um indício de que essas pessoas tentavam “burlar ou esconder a sua identidade”. Dos identificados, 74% possuíam antecedentes criminais e 26%, não. Os dados são do Observatório de Segurança Pública da pasta e são feitos a partir dos registros de atendimento integrado, os RAIs.
Dados do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP) do Ministério Público de Goiás (MP-GO) identificam os nomes de 184 mortos, que representam quase 80% do total de vítimas, porcentagem maior que a de identificados pela estatística oficial da SSP-GO. Os dados do GCEAP são repassados pela própria secretaria em cumprimento a uma portaria do ano passado que determina que todo óbito após abordagem deve ser comunicado ao MP-GO.
A reportagem identificou 233 mortos por intervenção policial entre janeiro a junho de 2018 a partir de dados do MP-GO e de notícias veiculadas na rádio CBN. No entanto, o número oficial calculado pelo Observatório a partir de RAIs é maior, de 241 óbitos após abordagem da PM.

Passagem

Dentre os mortos que possuíam antecedentes criminais, a maior parte tinha passagem por roubo (19%), seguido de porte de armas (15%) e tráfico de drogas (14%), receptação (13%), homicídio e furto (ambos 8%). Para a SSP-GO isso demonstra que “os criminosos que enfrentam as forças policiais possuíam antecedentes por crimes violentos.”

Os dados do Observatório também mostram que 99% dos mortos por intervenção policial são do sexo masculino e que a maioria é jovem. Dentre os identificados, um quarto tinha entre 18 e 24 anos, 11% tinha entre 25 e 29 e 6% eram adolescentes.

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