Extermínio continua 22 anos após Massacre do Carandiru, aponta reportagem

 Em Combate e Prevenção à Tortura

Em 2 de outubro, recordou-se os 22 anos do Massacre do Carandiru. Nesta data, em 1992, ao menos 111 presos foram mortos pela Polícia, que invadiu a Casa de Detenção de São Paulo.
Em reportagem especial, a agência de jornalismo investigativo Ponte aponta que “o perfil dos presos do Carandiru que foram mortos no Massacre – ao contrário do que se supõe – mostra a maioria com idade inferior a 30 anos, baixa escolaridade, detida por crimes de natureza patrimonial. Cerca de 80% não tinha sido condenada, eram, portanto, presos provisórios, que ocupavam o superlotado Pavilhão 9. Esse quadro continua ativo”.
Conforme consta na reportagem, o perfil dos 111 mortos no Massacre é semelhante ao da população carcerária atual: “pouco mais de 1% dos presos possuem nível de instrução acima do Ensino Médio; o trabalho é garantido a aproximadamente 21% dos presos; somente 9% estudam; 9 crimes são responsáveis por 94% dos aprisionamentos; crimes contra o patrimônio e tráfico de entorpecentes são responsáveis por encarcerar 75% dos presos; 40% da população encarcerada é composta por pessoas sem condenação definitiva”.
As autoras do texto – Maíra Zapater e Maria Rosa Roque – comenta que esse segmento populacional historicamente “sofre processo de exclusão, de desumanização e, dessa maneira é percebido como sendo o outro, diferente do que eu me vejo. Por isso se suporta assistir sendo massacrados”. Ainda segundo elas, “a prisão como forma do aparato repressivo por excelência, tem sua longevidade em decorrência de sua aceitação na sociedade. É preciso tomar consciência de que são os miseráveis que estão sendo encarcerados para que os livres se preservem da responsabilidade de fazer frente às disparidades sociais. São necessárias políticas sociais de extirpação das desigualdades e não políticas criminais que acentuem a maximização da pobreza”.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA DA AGÊNCIA PONTE

DEIXE UM COMENTÁRIO

Volatr ao topo