Em SP, seminário debate a agenda de desencarceramento e desmilitarização

 Em Agenda Nacional pelo Desencareramento

Interna superior desencarceramentoNa quarta-feira, 10, a Pastoral Carcerária e o Fórum das Pastorais Sociais realizaram no auditório das livrarias Paulinas, um seminário sobre a “Agenda do desencarceramento e desmilitarização”.
Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, apresentou uma análise de conjuntura, mostrando como a Igreja vem pautando e debatendo os assuntos sociais. O Padre destacou o papel do Concílio Vaticano 2º e do decreto conciliar Gaudium et spes, que apresenta o olhar da Igreja para os temas sociais e sua preocupação com a sociedade.
“A Igreja não pode ficar calada diante de tanta violência porque essa população é pobre, semianalfabeta, jovem e desempregada. O que se fazia com a população na época da escravidão é feito hoje com a população presa. O navio negreiro tinha mais espaço do que uma cela tem hoje”, afirmou Padre Valdir.
De forma mais restrita, o Padre apresentou o que a Igreja no Brasil tem feito e como tem atuado no entendimento de temas como o desencarceramento e a desmilitarização.
O advogado Francisco de Barros Crozera, da Pastoral Carcerária de São Paulo, apresentou os sete pontos que foram desenvolvidos por diversas entidades e que representam a agenda no enfrentamento ao encarceramento e a militarização das polícias.
Interna inferior desencarceramentoLEIA A ÍNTEGRA DA AGENDA PAULISTA PELO DESENCARCERAMENTO
Entre os pontos, Francisco abordou a questão da privatização e das terceirizações das prisões e o risco da mercantilização da liberdade dos indivíduos: “Vedação absoluta da privatização do sistema prisional”.
Em entrevista ao final do seminário, Padre Valdir destacou que a luta da Pastoral Carcerária é “defender a vida, especificamente a vida da pessoa que é torturada e sofre maus tratos na unidade prisional. E com o aumento do encarceramento isso é mais forte ainda”.
O Padre ressaltou, também, que a população carcerária brasileira cresceu, nos últimos 24 anos, em 500%. “É o maior aumento da população carcerária do mundo todo”, afirmou.

Reportagem: Edcarlos Bispo/jornal O SÃO PAULO

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